A terapia endodôntica tem como objetivo principal tratar da saúde do dente, para que este possa ser restaurado de forma precisa, sendo devolvido ao sistema estomatognático e desenvolva as suas funções de estética e mastigação. Para isso, é necessário o controle do processo infeccioso nos casos de dentes com comprometimento endodôntico e periapical.
Simplificar o objetivo do tratamento endodôntico, é querer dizer: abrir, tratar e fechar. Entre o abrir e fechar existem muitas nuances e manobras que não devem ser desprezadas, principalmente pela existência de vários fatores que interferem direta ou indiretamente nos resultados.
A presença de microrganismos no interior dos canais é a causa maior das infecções dos sistemas de canais radiculares, e conseqüentemente dos tecidos periapicais. O problema maior não é especificamente a presença do microrganismo, mas sim, onde ele se encontra!
A grande dificuldade da terapia endodôntica é promover o controle da infecção, devido principalmente ao arranjo da anatomia interna dos canais radiculares. Ambiente altamente inóspito e atípico, com variações que desconhecemos. Isto é, sabemos da existência de ramificações e suas variações… porém, não vemos aonde estão e que caminho estão tomando. Portanto a presença de microrganismnos no interior de depressões, istmos, canais acessórios, reentrâncias, etc… podem impedir o profissional de realizar o controle da infecção.
Condição sine que non para a obtenção de um preparo que promova a sanificação, é a ação conjunta de instrumentos e substâncias químicas auxiliares , com alto poder bactericida, lubrificante e uma vigorosa e constante irrigação com solução fisiológica, é imperativa. A ação hidráulica, com grandes volumes de soro fisiológico e aspiração concomitante, promove uma ação de arrasto dos debris orgânicos e inorgânicos para fora dos canais, tornando a limpeza mais eficiente. Achar que a substância química é a maior responsável pela eficiência do preparo é muita ingenuidade. Pois em áreas mais profundas as substâncias químicas não tem o efeito desejado (Leia substâncias químicas auxiliares ).
A maneira que o profissional executa as manobras, é de fundamental importância para tornar uma técnica eficiente e com resultados favoráveis. O estabelecimento de um protocolo criterioso, visando a limpeza e modelagem com patência e ampliação do forame apical, irá permitir uma maior previsibilidade dos objetivos.
Na minha visão pessoal, quando o profissional encontra os canais, deverá desenvolver manobras para que se consiga atingir o forame apical. Este é o primeiro caminho para se alcançar o objetivo maior, o controle da infecção. O auxílio do localizador eletrônico foraminal é imperativo para realizar este passo com segurança (Leia mais em recursos utilizados ). Em seguida, após realização da patência, executa-se manobras para identificar o diâmetro do forame e faz-se a ampliação ( protocolo da FOP-UNICAMP ).