A endodontia é a especialidade da odontologia que apresenta o maior índice de sucesso. Alcançado, evidentemente, através de um tratamento que envolve muito conhecimento, experiência e disposição, além de, seleção e qualidade do arsenal odontológico utilizado e o estabelecimento de um correto e preciso protocolo, o qual deverá ser seguido com muito rigor. Através da evolução, passou a ser uma especialidade mais científica e previsível.
Há alguns anos a endodontia começou a mudar, e de forma expressiva, porquanto da mudança de paradigmas em que se estabeleceu conceitos mais alicerçados em pesquisas clínicas e científicas. O princípio de que a endodontia deve cumprir o papel de: abrir, tratar e fechar, é um dos fundamentos básicos da terapia endodôntica. Entretanto existem vários fatores interferem de forma direta ou indireta.
Para a conquista do sucesso, o tratamento endodôntico poderá ser realizado de diversas maneiras. São várias as técnicas, materiais, instrumentais, existindo portanto, muita celeuma quanto a forma de realizar a terapia. O que posso afirmar como verdade, de um profissional com mais de 27 anos de trabalho, é que: tão importante quanto, e às vezes mais, do que, o que se usa, é COMO SE USA. Pois a forma de utilizar, tanto materiais quanto instrumentais, difere entre profissionais, podendo interferir de forma decisiva no resultado.
As diversas correntes filosóficas não tem o papel de ficar discutindo conceitos já ultrapassados, mas sim criar controvérsias para discussão sobre o que se pode melhorar. Por exemplo:
é importante discutir de que forma poderemos alcançar melhor o nosso limite de trabalho, para melhnorar a condição de limpeza e modelagem do canal radicular, e não o poder de dissolução tecidual das substâncias químicas auxiliares.
Importante é discutir a importância do selamento coronário imediatamente após a obturação dois canais e não quanto tempo o dente pode esperar para ser restaurado, etc…
Importante é enfatizar a importância de se fazer o reforço coronário em dentes com grandes destruições coronárias, que irão se submeter ao tratamento endodôntico para além de evitar a fratura durante ou após o tratamento, facilitar o isolamento absoluto, e não ficar discutindo se no dente fragilizado vai fazer a troca da medicação e por quanto tempo.
O que é importante enfatizar?! O entendimento, de qual é o objetivo primordial do profissional da endodontia: promover a limpeza e modelagem dos canais radiculares, conquistando o controle da infecção. E para que esta meta se concretize, é imperativo o conhecimento da anatomia para poder dominá-la. Pois a primeira intenção do endodontista que encontra a entrada do canal, é ir ao encontro do forame. Independente da técnica utilizada a negociação com a anatomia interna para encontrar o forame é um dos objetivos primordiais para o sucesso da terapia endodôntica.
Após o encontro com o forame, “peça principal do xadrez”, se faz patência, se recua 1, 1,5, 2mm… se realiza batente ( stop ) apical, se amplia forame, é outro ponto a ser analisado. Vai depender da filosofia do profissional. Particularmente, nos últimos anos, venho realizando a Técnica da FOP-UNICAMP com patência e ampliação do forame apical com resultados surpreendentes.
Na endodontia muito se discute, muita discordância existe e muito se tem a aprender… entretanto existem conceitos que transpõem as discussões, pois independe de qual corrente seja, que é condição básica para a realização de uma endodontia de qualidade, como: isolamento absoluto ( respeito aos princípios básicos da terapia ), encontrar o forame apical ( para estabelecer o limite de trabalho ), ter o controle da infecção ( abrir, tratar, selar) e o selamento do espaço radicular e coronário.